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A vida num só dia

Um lugar de partilha de histórias, meras opiniões, puras reflexões ou simples desabafos

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Sab | 11.02.23

A verdade bairrista

Pedro

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Depois de muitos anos de existência, apenas agora descobri onde nasci. Não acreditam? Bem, na verdade, sei, obviamente, onde nasci. O que não sabia, até há pouco tempo, era em que bairro de Lisboa tinha vindo pela primeira vez ao mundo. Até hoje, posso dizer que vivi na perfeita ignorância em relação ao bairro em questão. Nasci - isso é certo - numa clínica bem no centro histórico de Lisboa. Um lugar que perdura na minha memória, uma vez que tive a oportunidade de visitá-lo ainda em criança. O que desconhecia é que essa clínica não ficaria no bairro onde sempre me disseram que estava localizada. "Fica em Alfama", contaram os meus pais. E eu acreditei.

Tal facto não me impediu, um dia, de ir ver no mapa da cidade (sim, o mapa em papel quando ainda não haviam estas tecnologias), a freguesia onde se encontrava a referida maternidade. E, se bem que o suposto bairro não estivesse escrito em letras garrafais, lá estava confirmada a dita cuja. E isso bastou para me convencer. Até à data.

Num destes dias, o tema veio, de novo, à baila e algo me despertou a curiosidade. Fui pesquisar ao Google e, mesmo assim, não foi fácil chegar lá. Vi sites sobre a cidade de Lisboa e, após alguma insistência, dá-se, então, o clique. Cá está! Ora, não era bem em Alfama ou no Castelo (a freguesia em causa, de Santa Maria Maior, abrange seis bairros), mas antes no bairro da Mouraria. É certo que se trata apenas de um pormenor, mas para mim teve alguma importância. Afinal, sou um alfacinha de gema e nem sei em que bairro nasci?!

 

A minha Lisboa

Não sou, digamos, aquele lisboeta bairrista. Tão-pouco morei nas ruas e vielas tão típicas daquela zona histórica da capital. Já visitei, claro, aqueles sítios pitorescos, mas não é bem a mesma coisa. Sinto-me mais um turista na própria cidade. Mas é a minha terra! E é nela que estão as minhas raízes.

♪ A marcha da Mouraria tem o seu quê de bairrista... ♪

Amália Rodrigues

Na sequência da génese bairrista, vêm-me à memória as tradicionais festas dos Santos Populares. Neste caso, os arraiais de Santo António, que têm lugar todos os anos em junho (o mês em que nasci). E, nestas alturas, por ocasião do desfile das marchas populares pela Avenida da Liberdade, recordo-me que torcia sempre pela vitória de Alfama. Como estava enganado! O meu bairro era, afinal, o da Mouraria. Justamente, a zona para onde vieram viver os mouros após a conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, no ano de 1147.

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