As amizades (in)separáveis

Estava a ver a 2ª temporada de As inseparáveis e, simultaneamente, a pensar, com nostalgia, em como é importante construir e cultivar uma amizade forte com alguém ao longo da nossa vida. Alguém com quem possamos contar e desabafar. A história desta série, que aborda temas tão profundos e impactantes, fez-me viajar ao passado e recordar os meus tempos de escola.
Ao observar o trajeto de Tully Hart e Kate Mularkey, as protagonistas de Firefly Lane, não deixo de ter alguma inveja desta duradoura relação de amizade entre elas: por tudo o que experienciaram, as alegrias e os obstáculos que, juntas, tiveram de ultrapassar.
Tenho saudades da era da adolescência, mas também alguma tristeza e frustração por não ter cimentado uma amizade tão sólida como a daquelas mulheres. O meu percurso académico foi feito, literalmente, de mudanças. E, como tal, perderam-se algumas amizades. Tenho gratas lembranças dos tempos em que andava na escola primária. Talvez tenha sido essa a melhor fase da minha vida. Tinha lá amigos que pensei que fossem para a vida.
Depois, a vida pregou-me algumas partidas. Mudei de escola, de localidade e perdi o rasto aos meus antigos colegas. O mesmo sucedeu no ensino preparatório e, posteriormente, no secundário. Conheci, ao todo, quatro escolas e muitas mais turmas, umas melhores que outras, antes de entrar para a faculdade.
Ao longo deste tempo, tão depressa ganhei como perdi amizades. Nenhuma delas se consolidou ou se manteve até hoje. Como não se pode voltar atrás e emendar a mão, o presente é, tão-somente, o reflexo do que construímos no passado. Aquele que, afinal, nos é destinado.
