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Nota prévia: Se ainda não viu o final da série, por favor não leia. Este 'post' contém spoilers.
La Casa de Papel é uma das minhas séries preferidas de todos os tempos e, por isso, não poderia deixar de dar a minha opinião sobre a mesma. Notabilizada pela Netflix, esta série de origem espanhola é centrada num grupo de assaltantes - com macacões vermelhos e máscaras de Salvador Dalí -, liderado pelo Professor, que leva a cabo o maior roubo da história: à Casa da Moeda e, mais tarde, ao Banco de Espanha. Trata-se, no fundo, de um thriller policial, recheado de momentos dramáticos e de cortar a respiração. Aliás, num só episódio, sucedem-se tantas peripécias que precisamos de parar um pouco para recuperar o fôlego.
Cada capítulo encerra sempre com uma ocorrência impactante que se torna quase irresistível assistir ao episódio seguinte para saber o desenrolar da intriga. A narrativa não é linear, dado que recorre a cenas do passado (flashbacks), para mostrar o que levou o bando a planear e a colocar em prática o assalto. E a verdade é que tudo isto nos ajuda a entender melhor a história e a motivação de cada personagem.
Mas como é que estes supostos vilões conseguem, afinal, tornar-se nuns verdadeiros heróis e criar uma empatia natural com o espetador? Comecemos por uma das figuras-chave: o sarcástico Berlim. Ao longo do enredo, tão depressa as atitudes de Berlim nos levam a odiá-lo como a adorá-lo. O mesmo se passa com o mal-amado Palermo. À semelhança de Berlim, Palermo vai ajustando o seu caráter e personalidade às diversas situações, construindo uma personagem controversa e apaixonante. Igualmente polémica é a Inspetora Alicia Sierra, que acaba por desempenhar um papel preponderante no desenlace da série.
E o que dizer do Professor? O irmão de Berlim tem caraterísticas únicas e marcantes (o gesto de ajustar os óculos acabou por ser a sua imagem de marca). Pragmático, inteligente e sempre com uma carta na manga para lançar na altura certa. É impossível não simpatizar com o “cérebro” do gangue.
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As incríveis histórias de amor entre Rio e Tóquio, de Raquel Murillo/Lisboa e o Professor ou de Estocolmo e Denver (com o seu riso peculiar), passando pela fantástica Nairobi (não percebo como uma das principais protagonistas sofreu aquela crueldade...), o simpático "gordo" Helsínquia e os cómicos detestáveis Coronel Tamayo e Arturo Román estão em plano de destaque ao longo da série. A entrada de um novo elenco, casos de Manila, Bogotá e Marselha, a partir da terceira temporada, deu, por outro lado, uma nova alma ao argumento.
Isto é um xeque-mate! Ou ganhamos os dois ou perdemos os dois!
Professor
Por fim, falemos daquela que é a minha personagem favorita. Tóquio teve um final tão triste como inesperado a meio da quinta e última temporada e a pergunta logo se impôs: como é possível que a principal protagonista não seja uma dos sobreviventes do grupo? Difícil de compreender, não é? Neste caso, o criador Álex Pina conseguiu surpreender tudo e todos. Quer se goste ou não.
Existe ainda outro aspeto que não concordei: após a sua morte prematura, Tóquio continua a ser a narradora da trama, pondo termo às especulações que surgiram sobre quem seria a voz escolhida para contar o resto da história. A temporada final contou com mais duas personagens, a Tatiana e o Rafael, ambas com um papel fundamental no desfecho de La Casa de Papel.